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Foto do escritorJe Fachini

Ah... aquela tal de inconstância!


Olha quem apareceu... a margarida! No último post, eu estava em casa há 8 dias. Hoje faz 74 que estou de quarentena. 66 dias que não posto nada no blog.

(Parece) Em uma outra vida que eu era extremamente constante com o blog. Era uma época diferente e também um outro momento de vida. Em um outro blog que nem existe mais.


Sempre me cobrei muito por não ter mais essa constância de posts e conteúdo. Todos os perfis de marketing digital me dizem que o segredo do sucesso é ser constante na criação de conteúdo. E eu sempre passei por momentos de inconstância emocional, pessoal, profissional, e etc...

Essa montanha russa de sobe e desce sempre me incomodou, mas no fundo nunca parei para pensar sobre o porquê de tudo isso. 


Por que todas as vezes que estabeleço um novo hábito, os primeiros dias são ótimos, mas depois de um tempo eu acabo parando?

Acho que esses momentos são para nós um exemplo de quando ficamos doentes. Veja só: você pegou uma gripe, está mal com o corpo doendo e com a garganta inflamada. Você decide então tomar um remédio. Os primeiros dias são regrados, você sabe o horário que precisa tomar e não se esquece, porque a dor está ali para te lembrar. Depois de alguns dias, você já se sente melhor, consegue fazer algumas tarefas e a dor de garganta quase passou completamente, então, você começa a se esquecer de tomar aquele remédio. Mais alguns dias se passaram e você simplesmente esquece de continuar tomando o remédio, mesmo que o médico tenha recomendado tomar por mais alguns dias. Você decide não tomar mais, porque, afinal, você já se sente bem. Depois de alguns dias, você percebe que está gripado novamente. Isso porque a gripe foi mal curada e agora ela é até pior que a anterior.

Quem já passou por isso?

Perceba que ser constante em nossas ações e atitudes é algo importante para nós.

Enquanto estamos desconfortáveis com uma situação, ou temos uma “dor”, o incômodo faz com que nos movimentemos para aquilo que nos fará melhor/melhorar.


O que é inconstância?

Veja que a inconstância geralmente está associada a nossa incapacidade de terminar coisas, projetos, tarefas. Esse sentimento de incapacidade e medo geralmente nos paralisa, porque é mais cômodo. Nos achamos inconstantes porque não terminamos.

Faça uma lista rápida de todas as coisas que você não terminou.

Em poucos minutos consegui listar 24 coisas que eu comecei e não terminei. Não somente nos últimos dias, mas ao longo de vários meses. E se rapidamente listei essas coisas é porque de alguma forma elas são importantes e estão no meu subconsciente, mais próximo da superfície.

Agora, liste rapidamente coisas que você terminou. Eu listei 4 coisas.

Entre as coisas que não terminei estão livros, cursos, projetos.

Entre as coisas que terminei estão listadas outras coisas de categorias diferentes.

No meu caso percebi que usei duas medidas para fazer a minha lista.


Eu listei pelo menos seis livros que comecei, mas não terminei. Mas usei outra medida ao listar o que eu terminei, nessa lista não coloquei os outros quase trezentos livros que eu já terminei. Sabe porquê? Porque ver aquilo que não fizemos é muito mais fácil.

Listar nossos fracassos sempre é mais fácil do que nossos acertos.

É MUITO mais fácil reclamar das coisas que não terminei, do que finalmente tomar uma atitude para terminá-las.

Talvez o problema então, não esteja na inconstância, mas no desprezo que damos as nossas pequenas conquistas.


Por que somos inconstantes?

É... somos seres complexos. Somos feitos de inconstância. Saímos da infância até a velhice. Nosso corpo é composto de matéria sólida e líquida. Temos uma imensidão de sentimentos. Não somos preto ou branco.

A verdade é que estamos constantemente buscando um equilíbrio que na verdade não existe 100% do tempo.

O CEO mais bem sucedido já foi workaholic, a musa fitness não tinha músculos e todo escritor já enfrentou a página em branco.


TODOS somos feitos de conquistas e fracassos. A inconstância em determinados tempos ou áreas da nossa vida é inevitável. (Aceita que dói menos).


Faça ondas em uma folha sulfite. Elas não serão idênticas. Umas serão mais altas, outras mais largas. Você começa no ponto A e precisa ir até o B.

Se manter a caneta parada, você atingirá a constância que tanto deseja. Mas não terá saído do lugar.


Acontece que muitas vezes a constância está disfarçada de perfeccionismo. O perfeccionismos entre muitos outros tem o significado do medo de errar. E o erro é severamente punido em nossa sociedade. Se erro na prova, sou punida com uma nota baixa. Se não faço as tarefas de casa sou punida com uma bronca. Se falo algo errado numa reunião, posso ser punida com uma demissão. O erro raramente é tolerado. E aí vem a busca pela perfeição, que para nós seres humanos é impossível.

Se erramos é automático tentarmos nos defender ou nos justificar, em vez de apenas aceitar a nossa (e a dos outros) natureza imperfeita.


Não somos perfeitos, logo não somos constantes. Estamos sempre em mudança. Aquele que é constante está parado preso pela inércia do comodismo ou pelo perfeccionismo. O equilíbrio em 100% da nossa vida é utopia.


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2 Comments


Je Fachini
Je Fachini
May 28, 2020

Obrigada Lindonaaaaa!

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Raphaella Josino
Raphaella Josino
May 28, 2020

Que lindo! Eu amei esse exemplo das ondas no papel, é muito verdade, né! Ahhh, eu amo esse blog!

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