Hoje, você consegue achar diversos blogueiros, influencers, coaches e etc. que falam sobre o "love yourself". Mas poucos falam como esse processo é difícil .
Parece ridículo precisar ouvir de outra pessoa que você precisa se amar. É estranho que existam tantos livros de autoajuda sobre o tema. Por que esse assunto é tão recorrente, há tantos anos?
O "se amar" é bem relativo, já que todos nós nos amamos de uma maneira ou de outra. A grande questão é amar os nossos defeitos ou aquilo que achamos que é defeito.
O meu processo de me aceitar foi um pouco mais complicado. Sempre fui uma pessoa que gostava de me arrumar, me maquiar, usar roupas estilosas, mesmo que eu estivesse acima do peso. Porém, durante o meu período de depressão, me perdi. Escondi-me em uma conchinha e raramente saía de lá.
Ali, eu não precisava, me arrumar, me maquiar. Ali, eu também não precisava olhar para os meu defeitos. Naquele lugar eu não precisava ser quem eu queria ser, e também, não precisava lidar com quem eu realmente era. Com isso, os quilos que eu já tinha em excesso, aumentaram. Foram quase quarenta quilos, do peso de querer ser perfeita, de me encaixar.
Quase sempre negligenciamos a nós mesmos por querermos nos encaixar no padrão, e quando não nos encaixamos, tudo parece errado. Como eu já disse em um outro post, não temos medo de sermos perversos conosco, a ponto de tentar a todo custo modificar o nosso corpo. Nos submetemos a atividades maiores do que podemos suportar, dietas restritivas, procedimentos cirúrgicos e tantas coisas mais. Utilizamos da falsa sensação de que nos importamos, apenas para tentar sobreviver em um mundo onde quase ninguém se encaixa nos padrões.
O engraçado é que o corpo geralmente não reage a esses choques. Por isso, quase sempre ficamos frustrados. A que academia não está dando resultado, ou porque a dieta não cumpre o que prometeu.
No último ano aprendi a fazer as pazes com o meu corpo. Fiz as pazes comigo mesma. Decidi aceitar os meus "defeitos", minhas gordurinhas extras, meu braço flácido, minhas pintas em lugares estranhos, até aquele cabelinho que insistem em encravar na minha perna. Brigar com o meu corpo não estava mais funcionando pra mim. Precisei fazer as pazes por fora, para começar a mudar por dentro.
Quando aceitei que não podia mais lutar comigo mesma, quase que instantaneamente relaxei, tive paz e percebi que aos poucos meu corpo correspondeu a esse amor que eu lhe dei. Em um ano e meio emagreci aproximadamente quinze quilos, sem fazer dieta, sem exercícios, sem remédios. Voltei a me sentir bem para me maquiar, me arrumar, comprar roupas novas. Tudo isso, agora, não para me encaixar no padrão, mas para agradar o meu corpo, a mim.
Não serei hipócrita em falar que eu não queria emagrecer, nem faço apologia a obesidade - se você está acima do peso, ainda que saudável, é preciso mudar o cenário -, mas entendi que as transformações que tanto desejamos do nosso corpo podem vir apenas com um pouco de carinho e cuidado.
O "se amar como você é" é um exercício diário e obviamente isso é impossível em alguns dias. Mas a mudança de mentalidade acerca de você mesmo é fundamental. O se aceitar também não pode ser usado como desculpa para se acomodar em uma situação desagradável. Acredito que todos nós precisamos sempre buscar uma melhor versão de nós mesmos. O que muda é a forma como você faz isso. Por isso, o processo de se amar é tão complicado.
Nós, humanos, somos seres complexos. Precisamos buscar o equilíbrio. Esse equilíbrio só pode vir quando entendemos o nosso corpo e como nos sentimos em relação a ele.
Repeite-se
Ame-se
Essa jornada não acaba nunca!
Sincermente Je
Ai Rapha fico feliz em ouvir isso! Que todos nos aprendamos a nos amar cada dia um pouco mais!
É mesmo! Amor próprio além de ser uma escolha, é uma longa jornada a ser trilhada! Que bom que existem pessoas falando sobre isso e nos encorajando a olharmos pra nós mesmos de uma forma mais gentil! Vc é demais jé <3